RODÍZIO DE AUDITORIA INDEPENDENTE E GERENCIAMENTO DE RESULTADOS
UMA ANÁLISE DO SETOR AGROPECUÁRIO BRASILEIRO
DOI:
https://doi.org/10.51320/rmc.v26i1.1603Palavras-chave:
firma de auditoria, fluxo de caixa operacional, rodízio de auditoria, gerenciamento de resultadosResumo
O objetivo do presente estudo consiste em verificar como o gerenciamento de resultados das empresas do setor agropecuário é afetado pelo rodízio de auditoria independente. Para tanto, realizou-se uma pesquisa descritiva, com abordagem quantitativa. A amostra da pesquisa compreendeu as companhias brasileiras listadas na B3 do setor agropecuário no período de 2012 a 2022. Utilizou-se de regressão de dados em painel com o modelo de Pae (2005) para estimação dos accruals. Os resultados encontrados evidenciaram que as variáveis de FCO (Fluxo de Caixa Operacional) foram significativas a 99%, o que permite afirmar que estas impactam o gerenciamento de resultados da amostra no período analisado. De mesmo modo, ao se analisar a variável AT (Accruals Totais), apresentou-se um valor médio alto (11,20), sinalizando a ocorrência de maiores incidências da prática de gerenciamento de resultados, pontualmente, em alguns anos. Ao se examinar se o tipo de rodízio influencia o nível de gerenciamento de resultados, o resultado mostrou que, quando a troca é voluntária, o gerenciamento de resultado é (2,09) maior. Ademais, ao testar se a substituição do auditor independente para uma empresa Big-Four influencia o nível de gerenciamento de resultados, verificou-se que as trocas de Big-Four/Não Big-Four e Não Big-Four/Big-Four não obtiveram amostra suficiente para se calcular a significância do estudo, mostrando que, no setor agropecuário, isso é menos comum de acontecer. Ainda sim, é possível observar que as trocas de não Big-Four para não Big-Four possuem um gerenciamento de resultado menor comparado com as demais.
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